segunda-feira, 29 de março de 2010

Culpados

Caro editor, sou leitora assídua do Observatório da Violência e dos direitos Humanos, inclusive busquei informação em uma matéria do ano passado sobre uma pesquisa dos apenados de Guaíba, em que foi feita uma entrevista com o juiz de direito Ricardo Zem, po sinal meu conterrâneo, sou de Vacaria. Mas enfim estou mandando esse e-mail porque sou jornalista e escrevi um artigo sobre o julgamamento de Isabella Nardoni e estou-les enviado em anexo, caso queira publicar no site. Moro em Brasília e trabalho na Editora da Unb, sou assessora de divulgação da sobras da editora.
Cordialmente
Jupira Correa-assessora de divulgaççao da Editora da UnB

Todas as atenções estavam voltadas para o fórum de Santana, na zona norte da capital paulista. Era aguardada a sentença do julgamento de Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá, acusados pelo assassinato de Isabela Nardoni, há dois anos. À meia noite e 25 minutos de sábado foi dada a sentença: culpados. O juiz Maurício Fossen leu a decisão dos jurados que condenou o casal a pena é de 31 anos e um mês para Alexandre e 26 anos e oito meses para Carolina, cumpridos em regime fechado. A condenação é por homicídio triplamente qualificado e fraude processual( alteração da cena do crime).
Foram cinco dias tensos no tribunal do júri. Em um crime sem testemunhas, provar a culpa ou a inocência dos réus era tarefa árdua para os dois lados . Desde que o crime aconteceu , em 29 de março de 2008, quando causou comoção nacional, todos se perguntavam o que leva alguém a matar uma menina de cinco anos. Todas as hipóteses foram aventadas: ciúmes, descontrole, depressão de um dos cônjuges, seja qual for o motivo , se é que pode haver, a sociedade esperava um desfecho para os acusados. Os sete jurados , tinham nas mãos o destino do casal. Os depoimentos e as provas técnicas não deixaram dúvidas para a condenação.
Convencer os jurados da culpa ou da inocência dos réus, sem testemunha presencial do crime, era a missão da promotoria e da defesa. O promotor Francisco Cembraneli apresentou a evidência das provas técnicas e o testemunho dos peritos que trabalharam no caso, além disso por meio de relatos de testemunhas foi possível traçar um perfil dos réus. Contra tudo isso, o advogado de defesa, Roberto Podval, usou a estratégia de desqualificar as provas técnicas, mas as evidencias foram tão arrasadoras que o júri não teve dúvidas, só uma certeza: culpados.
Assim terminou um dos casos de assassinato que mais chamaram a atenção da sociedade, tanto que na hora em que a sentença era anunciada pelo juiz houve comemoração com fogos. Essa multidão comemorava a justiça, no entanto, como a própria mãe de Isabella disse: “ A justiça foi feita , mas não trouxe minha filha de volta”. Mas o que se deveria esperar do ser humano é que não tivesse misérias tão deploráveis, que o levasse a atos irreparáveis como foi o crime cometido contra Isabella Nardoni.